sábado, 3 de dezembro de 2011

Você Tem Valor para Deus

Na Europa existe o IVA, que é o Imposto de Valor Acrescentado. Você vai comprar qualquer coisa no comércio, e o vendedor lhe diz: - “custa tanto, mais IVA”. Logo ficamos sabendo claramente quanto pagamos ao Estado por cada produto que compramos. No Brasil, tudo é feito na moita. No preço final da mercadoria está embutido um imposto, geralmente voraz. Veja o carro, por exemplo: quase 50% do seu preço final são de impostos. É IPI, IOF, ISS, e uns tantos Is. A nossa gasolina é vendida quase pelo dobro do seu custo porque o governo, no escurinho, tem uma insaciável vocação para tributar. É por isso que o carrão importado, que é comprado aqui por preço de ouro, é adquirido nos EUA por menos da metade do nosso valor. E o carrinho popular é tão caro que o povão mesmo raramente consegue comprá-lo. E o pior é que a nossa carga tributária aumenta a cada ano, e a cada governo.

Há pessoas que fazem como os nossos governos: procuram agregar valores à sua pessoa para se sentirem fortes e importantes. É o torcedor fanático de futebol, por exemplo, que precisa muito da vitória do seu clube para agregar valor a si mesmo. A vitória do seu clube torna-se a sua vitória, que lhe garante, afinal, valor pessoal.

É a pessoa que precisa falar dos amigos ricos e cultos que tem, e das pessoas finas com quem convive, para que todos saibam o quanto ela é importante. Na verdade, ela pensa que só assim será reconhecida como alguém especial. Parece que se não estiver envolvida com gente famosa a sua cotação como ser humano entra em queda. Não se iluda. Por detrás destas coisas está alguém inseguro e com baixíssima autoestima.

Gente com este tipo de carência, quando entra numa igreja procura cargos e posições. É capaz de brigar e de até fazer conchavos para ficar sob holofotes. São pessoas que ainda não entenderam o essencial da fé cristã. Parece que precisam estar à frente d’alguma coisa para terem valor. Ostentam alguma função, que pensam dar ar de espiritualidade, para que todos vejam sua importância. É claro que muitos irmãos têm cargos e funções na igreja apenas para servir a Deus e ao próximo.

Yancey, no livro “Igreja, por que se importar?” conta a história de um rapaz que comparecia aos cultos de oração pedindo por sua banda musical gospel. A cada semana, ao orar, ele dava detalhes do novo CD. Falava de um novo arranjo e de ensaios maravilhosos. Um dia, tocados pelo marketing das suas preces, os dirigentes do culto convidaram-no para tocar. Foi uma decepção só. Ele tocava tão mal e era tão desafinado que aquela banda só podia existir na sua cabeça. A banda lhe acrescentava valor.

Não importa que você não tenha amigos ricos ou importantes. Não faz diferença se você vive numa mansão ou numa favela. Não é necessário que você seja habilidoso ou não. Pouco faz se você foi educado em colégios caros ou tenha cursado o ensino público. Tampouco se é doutor ou analfabeto. Deus não se impressiona com os IVAS que você cola na sua vida, para mostrar que têm valor. Você é valioso para Deus, mesmo que esteja no fundo do poço ou num mar de lama. Mesmo que ninguém lhe dê valor. Deus não olha para o exterior, Ele olha para o coração. Aquele que escolheu visitar a casa de Zaqueu; que perdoou o ladrão da cruz; que chamou para apóstolo o perseguidor das igrejas; que valorizou o mendigo Bartimeu e que contou a história do Filho Pródigo também morreu em seu lugar.

Você é especial para Deus, mesmo que seja pobre, feio e sujo. Você é amado por Deus, mesmo que esteja longe dele. O Deus revelado em Jesus Cristo não é imposto na vida de ninguém. Ele só chega para dentro do nosso coração quando O convidamos a entrar. Mas quando Ele entra na nossa vida, sem dúvida, ela adquire valor acrescentado. Resumindo: você tem valor, mas saiba que nas mãos de Deus vale ainda mais.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A Arma da nossa Vitória

A Bíblia, às vezes, nos dá conselhos que parecem ser muito difíceis. Achamos que vão estragar a nossa vida. Um deles é: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.21).

Você já teve a sensação de que se fizer o bem vai se dar mal? É a pessoa que diz assim: “Ah, eu estou fazendo o bem e só estou levando na cabeça! Faço o bem e só perco! Pois agora eu vou tratar com a mesma moeda com que estão me tratando”. É alguém que lhe machucou, que lhe fez um grande mal, e você fica com vontade de pegar aquela pessoa e esganá-la. Ou seja, agir de acordo com o mal que lhe foi feito.

Pense, por exemplo, numa pessoa que lhe ofendeu, e a quem você precisa dispensar perdão. Temos a impressão de que quem perdoa fica no prejuízo. Mas eu tenho visto que o grande prejuízo mesmo é não perdoar. Aliás, um amigo me enviou um email com a seguinte frase: “guardar ressentimentos é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra”.

Quando um crente em Cristo tenta vencer o mal com o mal, ele entra na esfera daquele que, de fato, sabe fazer o mal. É como se ele saísse do seu campo de batalha e fosse para o campo de batalha do inimigo. E é tudo o que Satanás quer: tirar-nos da área da proteção de Deus e trazer-nos para uma esfera de ação onde ele domina bem.

É por isso que a Bíblia diz que “a ira do homem não produz a justiça de Deus” (Tg 1.20). Agir com vingança nunca produziu justiça de Deus na história. Por isso, você precisa perceber que sempre que o mal se manifesta a vida perde valor, qualidade e intensidade.

Deus diz que resolver a questão do mal que sofremos não é da nossa competência. É da competência dEle, por isso nos orienta: “não vos vingueis a vós mesmos, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: a mim pertence a vingança” (Rm 12.19). Por isso devemos vencer o mal com o bem. Quando você reage ao mal com o mal, você transforma Deus em Alguém secundário para sua vida. Você simplesmente dispensa Deus. E, consequentemente, deixa de ver o mover de Deus na sua própria história.

É verdade que, muitas vezes, ficamos com tanta raiva, que chegamos a dizer: “Eu não quero nem que Deus me ajude”. Mas, nessas horas impedimos que Deus seja Deus na nossa vida. Então, quando for tentado a pagar o mal com o mal, não o faça. Deixe Deus fazer. Porque o mal não vai lhe abençoar. E não podemos prescindir da luz de Deus para o nosso viver.

Eu tenho aprendido que mal e bem, luz e trevas agem por concessão. Então, não negocie com o mal, não tente domesticá-lo nem o leve para uma mesa de negociação. Ele é pra ser expulso da sua vida. Lance luz nas suas trevas, meu irmão. O nosso general Jesus Cristo, o comandante do Exército que você faz parte, diz que as nossas armas são as da luz. Ele nos ensina na Sua palavra: “Como filhos da luz, andai na luz” (Ef 5.8). Portanto, nada de andar em trevas, e nada de usar a política do mal. Nunca se canse de fazer o bem, pois essa é a arma da nossa vitória.