quinta-feira, 3 de maio de 2012

Onde está Deus quando Sofremos?

Quem, sinceramente, diante de um sofrimento, não perguntou: “O que fiz, afinal, para merecer este castigo?” Alguns anos atrás, quando explodiu o avião 747 da TWA que fazia o vôo 800, entre New York e Paris, as pessoas comentavam: “Por que Deus permitiu que isto acontecesse?”

Uma vez perguntaram a um cristão piedoso sobre a razão de tantas injustiças e sofrimentos no mundo. E, onde estava Deus que, aparentemente, nada fazia. Ele respondeu assim: “você acha que é da vontade de Deus que homens peguem em armas e matem seus semelhantes? Acha que é da vontade de Deus que um homem se embebede, conduza um carro e provoque a morte de uma família?”

Isaías declara que “o mundo andava em trevas (em caos), debaixo da sombra da morte”
, mas que “o povo que andava em trevas viu uma grande luz.” Ou seja, a presença de Jesus na ocasião do caos, da dor, da morte e do desespero traz luz. Um dia, ao se depararem com um cego de nascença, os discípulos de Jesus lhe perguntaram: “Quem pecou?” (João 9) Desde que o mundo é mundo, duas respostas têm sido dadas para esta pergunta. Jesus acrescentou uma terceira.

“O sofrimento é de responsabilidade pessoal”, dizem alguns. Com a pergunta, os discípulos já trouxeram alguns pressupostos na mente, pois diziam: “Quem pecou, este... (v 2) ?” Esta também foi a resposta de Caim quando foi chamado por Deus a responder pelo sangue do seu irmão: “Acaso sou eu guardador do meu irmão?” Quando defendemos que o mal e a fatalidade são problemas pessoais, estamos dizendo que cada qual é responsável pela sua situação, afinal, o sistema dá oportunidade a todos. Quem não está bem é porque não quer. É uma resposta cínica que não ajuda em nada nem estanca a dor.

Outros dizem: “O sofrimento é de responsabilidade dos outros”. Os discípulos de Jesus também não rejeitaram esta hipótese, porque acrescentaram: “Quem pecou,... seus pais ?” É a ideia de que a dor e o sofrimento podem ter origem, também, fora do indivíduo. É um problema dos outros. É o jovem drogado que diz: “o problema são os meus pais”. Outros dizem: “É culpa da família”. Ou, então, furiosos, dizemos: “é culpa do governo!” Como fez Adão: “A mulher que me deste por companheira, ela me deu do fruto, e comi.” Como fez Eva: “A serpente me enganou, e comi.” Ora, se a mulher foi dada por Deus e se a serpente foi criada por Ele, então, o responsável último pela dor e sofrimento é o próprio Criador.

A resposta de Jesus foi: “Nem este, nem seus pais pecaram, mas para que se manifestasse a obra de Deus na vida dele (v 3)” Em outras palavras, o sofrimento do outro é sempre um convite para manifestarmos as obras de Deus, criando um mundo mais justo, mais fraterno e solidário. Todas as vezes que encontramos gente a sofrer e a clamar no sofrimento, ali está Deus nos chamando para realizar as Suas Obras. Se você deixar que a presença de Jesus na sua vida ilumine aquele ambiente, aquela situação difícil pode trazer glórias ao nome de Deus. Muitas pessoas não verão Deus naquela situação, mas poderão enxergar o amor e a presença dEle na sua atuação desprendida e amorosa naquela hora.

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