quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Discípulos de Jesus x Discípulos de Jonas
Uma tirinha de Charles Brown mostra-o abrindo um livro para começar a estudar. Mas, de repente, ele pergunta: “gente, quanto tempo faz que estou estudando? Será que já se passaram duas horas, 45 minutos ou 15 minutos?” E aí ele constata que só estava estudando a 20 segundos. Então diz: “Eu vou ficar doido hoje!” Muitas vezes quando oramos não temos essa mesma sensação? Oração se tornou algo muito difícil e raro para a nossa geração cristã.
Qual era a razão de Jesus subir ao monte e ficar a noite inteira em oração? Se ele tinha uma comunicação livre e aberta com o Pai, por que ia orar? Se ele é plenamente Deus, e uma das Pessoas da Trindade, então, por que orava?
Jesus não orava para fazer algum pedido, mas porque ele tinha prazer em Deus Pai. Oração é antes de tudo comunhão com o Pai. É a experiência da alma ansiosa pelo Criador. E Jesus se aproxima do Pai exatamente para conversar com Ele.
As nossas orações se contrastam com as orações de Jesus. Oramos para trazer nossos pedidos a Deus, e sempre estamos muito conectados com as nossas necessidades pessoais. Por isso, elas são subjetivas, quase sempre voltadas para as aflições diárias do nosso umbigo, como se só existisse uma única pessoa no universo: nós mesmos!
A Igreja Cristã Ortodoxa define oração assim: “Orar é ouvir mais e falar menos”. Nós precisamos resgatar essa capacidade de orar não apenas para resolver problemas, mas para sermos transformados. Devemos orar para que nossos valores, mente, coração, caminhos e perspectivas sejam mudados.
Rubem Alves diz que “só se descobre uma pessoa amiga quando você se senta perto dela e não precisa dizer nada”. E aí vem a pergunta: Eu sou amigo de Deus? Jesus não fazia do Pai um office boy ao seu serviço. Ele orava pelo prazer da comunhão com o Pai.
Quando a questão é oração, acho que temos mais discípulos de Jonas do que de Jesus. É que Jonas é um profeta diferente. No seu livro, você vê todo mundo orando, menos ele. Ele não orou para decidir se deveria ir para Ninive; não orou quando a tempestade veio; não orou quando todos no navio oravam a seus deuses; não orou quando os marinheiros se esforçavam para alcançar a terra; e também não orou quando os marinheiros o jogaram ao mar, pedindo a Deus que não os culpasse. Ele não orou para entender os projetos de Deus e muito menos pedindo que o Senhor mudasse o seu coração.
Jonas só orou ao Senhor quando não tinha mais outra opção. Ele disse: “Na minha angústia clamei ao Senhor!” A angústia dele se tornou a sua saúde. Mas oração não pode ser o último recurso da nossa existência. Ela deve ser o primeiro expediente da nossa vida. O diabo está muito interessado em que você seja discípulo de Jonas, e tenha sempre boas razões para não orar. Mas Deus está interessado em que descubra boas razões para orar. Fique atento: Se Deus não quiser mudar alguma coisa com a sua oração, Ele, com certeza, quer mudar o seu coração. Se Ele não quiser mudar as circunstâncias, Ele quer mudar a forma de você enxergar a vida.
Então, você tem sido discípulo de Jonas ou de Jesus?
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