sábado, 31 de março de 2012

Deus Cuida do Seu Povo

Fico impressionado com o cuidado de Deus pelo seu povo. Ele diz que tocar em nós é como tocar “na menina dos seus olhos” (Zc 2.8). Então, não precisamos temer nada que é feito contra a igreja. A um Saulo enfurecido, que atacava, prendia e maltratava os crentes, Ele confrontou-o em Damasco, dizendo: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões” (At 9.14,15).

Jesus toma as dores daquilo que é feito contra o seu povo. Não precisamos nos defender, porque Ele nos defende. Aliás, quando era pequenino, lia a frase “dura coisa é recalcitrares contras os aguilhões”, e não entendia nada. Sabia que Jesus não estava dizendo algo bom para Saulo, mas não tinha a menor ideia do que seria aquilo.

Bom, na verdade, a palavra recalcitrar já era minha velha conhecida, pois havia nos ônibus antigos um aviso interno, que dizia: “É proibido sentar com roupas de banho molhadas no interior deste veículo; o recalcitrante será retirado do coletivo”. Perguntava à mamãe o que era recalcitrante, ela me explicava, mas eu não guardava a explicação. Recalcitrante é a pessoa teimosa, que resiste com obstinação.

Havia outra placa, próxima ao motorista, que dizia: “Fale ao motorista somente o indispensável”. E eu, na infância, queria saber quem era aquele tal de “indispensável” (com certeza alguém muito importante), que só ele podia conversar com o motorista?

Aguilhão é o bico pontiagudo de uma vara. Quando os boiadeiros tocam suas boiadas, eles levam a aguilhada, que é uma vara pontiaguda, geralmente de ferro, usada para tanger, ferir o gado que não o obedece. A ponta dolorosa toca no lombo do animal, e ele rapidamente vai para o lugar designado.

Saulo estava perseguindo os crentes, batendo, prendendo, autorizando seu martírio, e pensando que estava tudo bem. Mas ele estava se lançando contra a vara pontiaguda dos céus. E Deus estava simplesmente colocando tudo no seu caderninho de dívidas. Um dia veio cobrá-lo. E foi o que aconteceu ao meio-dia lá em Damasco.

Fico realmente descansado nisto. Muitas vezes alguém me diz que estão falando mal de mim, ou da igreja por isso ou aquilo. Se for verdade me incomodo, e quero logo consertar. Mas se for fofoca, se for maledicência nem me perturbo. Jogo o caso para o nosso Advogado, Jesus Cristo. Ele é quem cuida. Tenho feito isso nesses trinta anos de ministério pastoral, e Jesus nunca perdeu uma única causa. Por isso, durmo tranquilo, a igreja é dEle, não minha, e Ele zela por ela.

Fico também espantado como as notícias chegam aos meus ouvidos. Não preciso bancar o xerife, ou vasculhar qualquer coisa. Tudo o que preciso é confiar em Deus. Às vezes, pessoas vêm conversar comigo sobre um assunto, e deixam informações que mostram o zelo de Deus por seu povo. Nem sempre a informação é boa, mas dou graças a Deus porque Ele está querendo que eu saiba daquilo. Tem sido assim, pois “os olhos do Senhor estão em todo o lugar, contemplando os maus e os bons” (Pv. 15.3).

Diante disso, querido, não se volte contra a Palavra de Deus, contra o povo de Deus e nem atrapalhe a obra de Deus. A todos aqueles que agem contra o Senhor e seu povo fiel, tudo o mais que a Bíblia acrescenta é: "ai deles!"

terça-feira, 27 de março de 2012

O Pouco do Justo e o Muito do Ímpio

Um dos grandes temores do homem é a sua sobrevivência. E este temor não acontece só com o homem de hoje, não. Sempre foi assim. Jesus percebeu isso nos seus dias. Foi por isso que ele disse: “Será que alguém consegue ficar um centímetro mais alto preocupado diante do espelho?”

Um pastor contou que uma anciã, de 95 anos, estava muito preocupada. Então, chamou o filho. Ela queria que ele fizesse uma avaliação dos seus recursos. O filho vasculhou suas contas, seus bens, e lhe disse: “Mãe, fique tranquila. A senhora tem recursos para viver bem os próximos 15 anos”. E a mãe lhe respondeu: “É por isso que estou preocupada, filho. O que será de mim depois desses 15 anos?”

A Bíblia nos traz princípios divinos desconcertantes. Ela diz assim: “Mais vale o pouco do justo que a abundância de muitos ímpios”. Será que você está convencido disso? Ou você acha que isso era orientação para aqueles dias, mas que não podem ser levados a sério hoje? Vivendo num mundo tão competitivo e mercantil, quase todo mundo, inclusive os crentes, colocam esse princípio para escanteio.

Certa vez, um adolescente começou a trabalhar para um empresário rico. E ele colocou na sua pasta este versículo: “Mais vale o pouco do justo que a abundância de muitos ímpios”. Quando o empresário viu aquilo na pasta daquele garoto, disse: “Tira isso daí! É por isso que esses crentes não vão pra frente! Eles ficam com esse negócio de honestidade, e aí nada dá certo.”

Muitas vezes a Palavra de Deus nos ensina que não devemos confiar nas riquezas, mas, sim, no Deus que vai nos prover todas as coisas. O rei Amazias estava em guerra e percebeu que o seu Exército era muito menor que o outro. Então resolveu contratar outro Exército, pagando cem talentos de prata, para que somasse com o seu naquela guerra. Contratou, pagou, deixou tudo certinho. E aí Deus enviou um profeta, que lhe disse que Deus não estava com aquele povo. E que ele tinha se associado com pessoas com as quais Deus não tinha nenhum prazer. E terminou com um conselho: “Se você for guerrear, vá na força de Deus, e Ele lhe dará a vitória”. Mas o rei, ao ouvir aquilo, calculou o valor que já tinha investido, e a enorme perda que seria, e lhe perguntou: “O que eu faço com a quantia enorme que já paguei?”
Em vez de estar preocupado em saber se Deus iria honrar o Seu povo ao desfazer o negócio com aquele Exército, ele estava preocupado com o seu prejuízo financeiro. O homem de Deus olhou pra ele, e disse: “Muito mais do que isso pode lhe dar o Senhor”. Em outras palavras: “se você for no poder de Deus, e em obediência a Ele, Deus vai lhe abençoar”.

Nem sempre a perda da gente é perda. E nem todo o ganho da gente é ganho. Nem todo ganho traz bênçãos reais. Há pessoas que ganham dinheiro, mas perdem a alma! O dinheiro não pode ser o valor absoluto sobre nossas vidas “porque mais vale o pouco do justo que a abundância do ímpio”.
Uma mulher contava que a mãe dela pintava quadros, e que seu pai, que tinha uma mente empresarial, chegava, admirava os quadros por instantes e, pra desespero da mãe, perguntava: “quanto é que vale este quadro no mercado, se formos vendê-lo?” Aquela visão empresarial do pai colocava o espírito artístico da mãe em cheque. Porque o que valia para o pai era o dinheiro, e para ela, a arte.

Muitas pessoas têm sido vendidas pelo dinheiro. Qual é a unidade de referência que você está usando? O que tem valor pra você? A Bíblia diz que usar o dinheiro como fator para avaliar o homem é um dos grandes equívocos da nossa sociedade. O justo tem a bênção de Deus. E essa bênção não estará apenas sobre ele, mas sobre a geração que virá após ele. Como é que você avalia a si mesmo e aos outros? É errado avaliar as coisas sempre na perspectiva material.

Existem milhares de pessoas nessa terra que têm o bom e o melhor que o dinheiro pode dar, mas ainda não têm o mais importante, que é uma razão pra viver, uma família pra amar, uma causa pra viver com plenitude e alegria, o Espírito Santo velando por sua alma e a convicção de vida eterna. Isso tudo é impossível de ser tirado de um crente fiel. Por isso, a Bíblia diz: “mais vale o pouco do justo que a abundância de muitos ímpios”.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Um Coração Enternecido

“E darei um coração novo, ... tirarei o coração de pedra e vos darei um coração de carne.”

A Bíblia nos faz declarações desconcertantes. Ela diz que não há possibilidade de alguém dizer: “eu amo a Deus", e não amar ao seu irmão. Aliás, o apóstolo Paulo vai além. Ele disse: “Se alguém não cuida dos seus, especialmente dos de sua família, tem negado a fé e é pior que um descrente”. Uma pessoa que falha na sua afetividade com a família, vive pior do que um incrédulo, aos olhos de Deus.

Há pessoas que não temem a Deus, mas cuidam bem da sua família. Aliás, os animais irracionais fazem isso: eles protegem seus filhotes. Lá na casa da irmã Veneranda, um passarinho começou a montar guarda e atacar todo mundo que tentava passar pela porta da frente de casa, só porque ele fez seu ninho na bela árvore plantada próxima à entrada principal.

Mas a Bíblia nos diz que um dos projetos maravilhosos de Deus é fazer uma intervenção cirúrgica no nosso coração, tirando o nosso coração de pedra e trocando-o por um coração de carne. Essa ternura que Deus promete implantar em nossa vida é tudo o que precisamos. Muitas vezes a vida vai ficando tão complexa, que perdemos a capacidade de nos relacionarmos ternamente com os nossos familiares. Passamos por tanta lutas, perdas, fracassos, e tentativas malfadadas, que podemos desenvolver um coração rijo e frio dentro do lar. E aí já não há mais abraços, carinhos nem declarações de amor para nossos filhos e cônjuge.

Algumas dissertações de doutorado foram feitas para convencer as pessoas de que elas precisavam se abraçar um pouco mais. Uma psicóloga californiana, numa tese, disse que nós precisamos dar até 12 abraços por dia para sobrevivermos, e nos mantermos equilibrados em nossos relacionamentos. Outra terapeuta norte-americana escreveu um livro chamado “Beijo em 10 Segundos”. Ela sustenta que, para revitalizar nossos casamentos, homens e mulheres precisam dar um beijo de 10 segundos todos os dias.

Deus tem uma promessa maravilhosa para nós: “vou tirar o coração de pedra, e dar um coração de carne”, e diz que precisa fazer isso “para que a terra não seja ferida de maldição”. Ele quer transformar os lugares onde andamos em lugares sensíveis, transplantando em nós um coração capaz de desenvolver, de novo, ternura e sensibilidade no nosso lar, e no relacionamento com Ele.

Às vezes o nosso coração endurece de uma forma brutal. Eu já vi homens e mulheres que perderam totalmente a capacidade da sensibilidade. Já vi líderes espirituais perdendo a ternura. E Deus nos livre de um coração assim, ausente de sensibilidade com as coisas de Deus, e de afeto em casa. Porque um coração assim é pior que a morte. Por isso, precisamos clamar ao Senhor: “Deus, converta o meu coração a Ti e ao meu lar!” Existem muitos relacionamentos conjugais, e de pais e filhos, precisando disso. De um sopro de Deus para que o afeto volte, para que o perdão seja restaurado e para que a manifestação de bondade surja neles. Mas é exatamente essa a promessa de Deus pra nós. Ele disse: “vou dar um coração de carne”.

Não é promessa de autoajuda, mas de ajuda do Alto. Frequentemente oramos por muita bobagem, e deixamos de orar por coisas sérias. As orações mais eficazes que fazemos são aquelas baseadas nas promessas de Deus. Então, meu irmão, peça ao Senhor um coração sensível assim. Diga a Ele: “Deus, eu preciso disso. Então, assopra na minha vida, um coração de carne, que seja sensível à Tua voz, e também terno e bondoso para com os do meu lar”.