O apóstolo João já estava idoso quando disse: “filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1Jo 5.21). Ele estava falando de uma idolatria muito sutil. Falava de ideias, conceitos ou pessoas que passamos a idolatrar, e trazê-las no coração. Referia-se a ídolos cultivados na alma.
Olhe para o seu coração e note se há alguma coisa que você acha que não pode viver sem ela. Isso é o seu ídolo. Por exemplo, a menina que se apaixona por um rapaz, e começa a dizer: “Se ele for embora, eu morro!”, está idolatrando-o. Esse rapaz assumiu o lugar de Deus no seu coração.
Ídolo é tudo aquilo que ocupa prioritariamente o nosso coração. Vamos cultivando algumas coisas dentro de nós, e ficamos presas a elas. O mais impressionante é que o ídolo fascina. E sabe por quê? Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança. Isso implica que o caráter humano tem de ter como padrão o caráter de Deus, e aquilo que Deus é. Quando você faz um ídolo, você faz algo à sua própria imagem e semelhança. E sempre será algo que você pode manipulá-lo. Ele não vai dizer o que você tem de fazer, mas você vai lhe dizer como é que você quer que ele seja. E isso é uma sedução pra todos nós, porque não gostamos de nos submeter a ninguém.
Descobrimos ídolos na nossa vida percebendo os medos que nos dominam. Há muitas pessoas que vivem com medo do dinheiro faltar. Elas acham que as suas poupanças ou as suas aplicações financeiras podem cuidar delas. E quanto mais colocam confiança nesses ídolos falsos, mais obcecadas ficam, porque são coisas frágeis. Ou seja, quebram à toa. Afinal, já vimos muita gente rica perdendo tudo. Então, seja honesto, e pense naquilo que tem ocupado o seu coração e lhe causado muito medo. Veja se está colocando a sua confiança e a sua segurança em coisas que não são Deus.
Podemos identificar outros ídolos em nossa vida perguntando: O que tem ocupado o nosso coração de forma mais intensa? O que mais temos cobiçado na vida? Eu já vi muitos incrédulos falando que confiam no seu bolso. E eles têm de se entregar ao dinheiro mesmo porque eles não têm Deus no coração. Mas, se você ama a Deus e diz que confia nos seus recursos financeiros, você está criando, engordando e nutrindo a sua alma com um ídolo, e achando que com isso está seguro. E está perdendo também a capacidade de confiar no único Deus que realmente supre todas as suas necessidades.
Ídolos nos fascinam, mas não saciam a nossa alma. Eles são como bolhas de sabão no nosso coração. Quando chegamos perto deles, para tocá-los, eles simplesmente somem, deixando um enorme vazio em nossas almas. Talvez, por isso, o salmista disse assim: “O meu socorro vem do Senhor que fez os céus e a terra”(Sl 121.2). Outro acrescentou: “Uns confiam em carros, e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nosso Deus” (Sl 20.7).
O apóstolo João era suficientemente experiente para saber que, mesmo sendo crentes em Cristo, o nosso coração pode ser sutilmente enganado, a ponto de não percebermos que estamos confiando em falsos ídolos. Por isso, ele termina a sua carta nos dizendo: “Guardai-vos dos ídolos”.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Saindo do Buraco
Desesperado, ele me procurou para pedir dinheiro emprestado. Contou-me uma história triste, e me garantiu que logo lhe chegaria um dinheiro, e que ainda naquela semana me pagaria. Eu estava apertado financeiramente, mas como ele me pagaria logo, cheio de compaixão, lhe emprestei o dinheiro.
A semana passou rápida e ele não deu as caras. Tive de me virar para saldar meus compromissos. Depois vieram meses e anos, e ele nada de saldar o empréstimo. Toda a vez que me lembrava dele, ou daquele fato, ficava com muita raiva. Raiva de mim e dele, pois só um tolo como eu seria capaz de cair na sua lábia.
Um dia avistei-o ao longe, na rua. Ele também me viu, mas tomou outro rumo para não cruzar comigo. Aquilo me fez muito mal. Estava a ponto de explodir. Até então, achava que ele não tivera oportunidade de me pagar. Mas agora estava certo de que era má fé mesmo.
Tomei um ódio enorme dele. Não era nem pelo dinheiro. Era pela cara-de-pau dele. Não podia ouvir falar seu nome sem que um tremendo mal-estar, uma mágoa enorme, e uma vontade de lhe fazer alguma coisa ruim viesse à minha mente. Decididamente, aquele meu ódio estava me fazendo muito mal.
Até que resolvi perdoá-lo. Disse a mim mesmo que não lhe emprestara aquele dinheiro. Fizera-lhe uma doação. Um dia, encontrei-o, e ele meio sem graça ouviu da minha boca que já não me devia nada. Não precisava mais me devolver nada. Estava quite comigo. Também não precisava fugir mais de mim. Aquilo me fez muito bem. Pela primeira vez conseguia olhar pra ele com compaixão. Já não havia ódio ou qualquer desejo de prejudicá-lo.
Descobri que perdoar aquela dívida fez muito bem à minha vida.
A ira é uma inimiga mortal da nossa alma. Alguém definiu o ódio como “você tomar um copo de veneno, acreditando que isso vai fazer mal ao outro”. E é o que fazemos muitas vezes: sofremos, ficamos angustiados, irritados, tensos, ressentidos e cheios de ódio no coração. E assim vamos nos matando, perdendo a saúde, a alegria de viver, e tudo porque sentimos vontade de nos vingar do outro. Enquanto o outro simplesmente está vivendo.
Ficamos com vontade de prender aquele que é o nosso desafeto. Mas só o que está preso mesmo é o nosso coração. O outro está livre. Por isso, perdão é uma ordem de Deus para nós. É também bênção para a nossa vida, porque tira o nó que fica atravessado no nosso peito, e nos libera para viver. Perdão também libera os outros.
Não importa o que fizeram a você. O mais importante é que resposta você vai dar aquilo que fizeram a você. Sem perdão, perdemos a capacidade de ver um Deus amoroso cuidando da nossa história e suprindo as nossas necessidades.
É tempo de sepultar a sua ira. Não perdoar é ficar atolado num buraco.
Quando perdoamos, Deus nos tira desse buraco onde caímos e começa a fazer coisas tremendas nas nossas vidas. Ele nos dá oportunidade de restauração, de mudança de rota, e começa a escrever uma nova página na nossa história.
Está com ódio de alguém? Coloque isso nas mãos de Deus. Saia do buraco, perdoe!
A semana passou rápida e ele não deu as caras. Tive de me virar para saldar meus compromissos. Depois vieram meses e anos, e ele nada de saldar o empréstimo. Toda a vez que me lembrava dele, ou daquele fato, ficava com muita raiva. Raiva de mim e dele, pois só um tolo como eu seria capaz de cair na sua lábia.
Um dia avistei-o ao longe, na rua. Ele também me viu, mas tomou outro rumo para não cruzar comigo. Aquilo me fez muito mal. Estava a ponto de explodir. Até então, achava que ele não tivera oportunidade de me pagar. Mas agora estava certo de que era má fé mesmo.
Tomei um ódio enorme dele. Não era nem pelo dinheiro. Era pela cara-de-pau dele. Não podia ouvir falar seu nome sem que um tremendo mal-estar, uma mágoa enorme, e uma vontade de lhe fazer alguma coisa ruim viesse à minha mente. Decididamente, aquele meu ódio estava me fazendo muito mal.
Até que resolvi perdoá-lo. Disse a mim mesmo que não lhe emprestara aquele dinheiro. Fizera-lhe uma doação. Um dia, encontrei-o, e ele meio sem graça ouviu da minha boca que já não me devia nada. Não precisava mais me devolver nada. Estava quite comigo. Também não precisava fugir mais de mim. Aquilo me fez muito bem. Pela primeira vez conseguia olhar pra ele com compaixão. Já não havia ódio ou qualquer desejo de prejudicá-lo.
Descobri que perdoar aquela dívida fez muito bem à minha vida.
A ira é uma inimiga mortal da nossa alma. Alguém definiu o ódio como “você tomar um copo de veneno, acreditando que isso vai fazer mal ao outro”. E é o que fazemos muitas vezes: sofremos, ficamos angustiados, irritados, tensos, ressentidos e cheios de ódio no coração. E assim vamos nos matando, perdendo a saúde, a alegria de viver, e tudo porque sentimos vontade de nos vingar do outro. Enquanto o outro simplesmente está vivendo.
Ficamos com vontade de prender aquele que é o nosso desafeto. Mas só o que está preso mesmo é o nosso coração. O outro está livre. Por isso, perdão é uma ordem de Deus para nós. É também bênção para a nossa vida, porque tira o nó que fica atravessado no nosso peito, e nos libera para viver. Perdão também libera os outros.
Não importa o que fizeram a você. O mais importante é que resposta você vai dar aquilo que fizeram a você. Sem perdão, perdemos a capacidade de ver um Deus amoroso cuidando da nossa história e suprindo as nossas necessidades.
É tempo de sepultar a sua ira. Não perdoar é ficar atolado num buraco.
Quando perdoamos, Deus nos tira desse buraco onde caímos e começa a fazer coisas tremendas nas nossas vidas. Ele nos dá oportunidade de restauração, de mudança de rota, e começa a escrever uma nova página na nossa história.
Está com ódio de alguém? Coloque isso nas mãos de Deus. Saia do buraco, perdoe!
segunda-feira, 4 de junho de 2012
É Proibido Ser Indiferente
Uma das orientações bíblicas mais estranhas ao contexto cultural brasileiro é aquela em que o apóstolo Paulo diz: “Irmãos, saudemo-nos uns aos outros com ósculo santo” (1Ts 5.26). É que os homens brasileiros não têm o costume se de beijarem. A gente vê isso em outras culturas. Alguém disse que os beijos dos homens russos chegam a ser escandalosos. Nas culturas árabes em geral os homens também se saúdam com beijos.
Então, a pergunta que chega pra gente é: esta orientação apostólica deve ser interpretada literalmente, ou há apenas um princípio aqui que nós precisamos aprender? Com base nesta exortação, a Igreja Cristã do Brasil exige que todos os crentes, homens e mulheres, se beijem. Mas eu não creio que haja aqui uma ordenança bíblica. Há, sim, um princípio. E a exortação é a seguinte: Nós não podemos ser frios e indiferentes quando se trata do relacionamento que temos com nossos irmãos em Cristo.
Mesmo que você seja formal, e há pessoas que são formais na vida, seja calorosamente formal. Mesmo que você, por uma questão de temperamento e de jeito, tenha dificuldade em ser informal, não trate o seu irmão de forma fria e distante. Mas se você é efusivo, e gosta de beijar, abraçar, tocar, use isso para aproximar pessoas. Todos temos de tratar os outros crentes de forma cordial, cuidadosa e calorosa.
Uma das razões para sermos calorosos com os outros crentes é que vivemos num corpo. Deus nos chamou com uma santa convocação para vivermos em comunidade. Isolamento no cristianismo é uma antítese da nossa fé. A fé cristã não admite a possibilidade de você ser uma pessoa distante. Porque quando você aceitou Cristo você foi inserido num corpo (1Co 12.13).
Muitas vezes a uma pessoa enferma é receitado uma injeção. E essa injeção é no braço. Bem que o braço poderia dizer: “espera aí, não sou eu quem está sentindo dor. Quem está sentindo dor é outro órgão”. Mas o braço é solidário com aquele momento para que todo o corpo esteja bem. É exatamente essa ideia que Deus sempre traz para nós. Somos inseridos numa comunidade, onde desenvolvemos dons, fazemos amizades, e vivemos uma vida comunitária em amor.
Algumas pessoas não fazem questão de criar vínculos. Elas não têm responsabilidade com os irmãos. Assim, não oram pela igreja, não estão presentes nas programações, não contribuem financeiramente nem desenvolvem seus dons. Elas gostam apenas de receber os benefícios da igreja. Elas se tornaram meras assistentes, mas quando chegam na igreja querem ser bem recebidas, mesmo que não se importem com ninguém. Mas se não as tratarem bem, elas vão chiar. Elas têm direitos, mas nenhuma responsabilidade.
É proibido ser indiferente e frio. Deus não quer que ninguém viva numa igreja de uma forma apática, como se isso não tivesse nada a ver com você, como se o irmão que caminha ao seu lado não tivesse nenhuma ligação com a sua vida.
Anos atrás identificava-se um crente por não fumar, não beber, não dançar nem jogar. Talvez por isso, um crente foi a uma fazenda e o fazendeiro lhe disse: ‘Acho que esse meu cavalo é crente, pois ele não fuma, não bebe , não dança e não joga’. Mas aquilo que deveria identificar uma igreja era o interesse de todos uns pelos outros; como eles se amam e se importam com os outros.
Comece a trabalhar para acolher bem gente nova que chega à igreja. Passe os olhos e identifique gente que está num canto, de lado, e desenvolva a sensibilidade para perceber quem precisa ser entrosado. Vá atrás das pessoas, olhe para elas, cuide delas, pois é isso que o o apóstólo Paulo está nos ensinando ao dizer: “saudai-vos uns aos outros com ósculo santo”.
Vamos nos cumprimentar calorosamente. Vamos nos aproximar, acolher uns aos outros, como Deus, em Cristo, nos acolheu.
Então, a pergunta que chega pra gente é: esta orientação apostólica deve ser interpretada literalmente, ou há apenas um princípio aqui que nós precisamos aprender? Com base nesta exortação, a Igreja Cristã do Brasil exige que todos os crentes, homens e mulheres, se beijem. Mas eu não creio que haja aqui uma ordenança bíblica. Há, sim, um princípio. E a exortação é a seguinte: Nós não podemos ser frios e indiferentes quando se trata do relacionamento que temos com nossos irmãos em Cristo.
Mesmo que você seja formal, e há pessoas que são formais na vida, seja calorosamente formal. Mesmo que você, por uma questão de temperamento e de jeito, tenha dificuldade em ser informal, não trate o seu irmão de forma fria e distante. Mas se você é efusivo, e gosta de beijar, abraçar, tocar, use isso para aproximar pessoas. Todos temos de tratar os outros crentes de forma cordial, cuidadosa e calorosa.
Uma das razões para sermos calorosos com os outros crentes é que vivemos num corpo. Deus nos chamou com uma santa convocação para vivermos em comunidade. Isolamento no cristianismo é uma antítese da nossa fé. A fé cristã não admite a possibilidade de você ser uma pessoa distante. Porque quando você aceitou Cristo você foi inserido num corpo (1Co 12.13).
Muitas vezes a uma pessoa enferma é receitado uma injeção. E essa injeção é no braço. Bem que o braço poderia dizer: “espera aí, não sou eu quem está sentindo dor. Quem está sentindo dor é outro órgão”. Mas o braço é solidário com aquele momento para que todo o corpo esteja bem. É exatamente essa ideia que Deus sempre traz para nós. Somos inseridos numa comunidade, onde desenvolvemos dons, fazemos amizades, e vivemos uma vida comunitária em amor.
Algumas pessoas não fazem questão de criar vínculos. Elas não têm responsabilidade com os irmãos. Assim, não oram pela igreja, não estão presentes nas programações, não contribuem financeiramente nem desenvolvem seus dons. Elas gostam apenas de receber os benefícios da igreja. Elas se tornaram meras assistentes, mas quando chegam na igreja querem ser bem recebidas, mesmo que não se importem com ninguém. Mas se não as tratarem bem, elas vão chiar. Elas têm direitos, mas nenhuma responsabilidade.
É proibido ser indiferente e frio. Deus não quer que ninguém viva numa igreja de uma forma apática, como se isso não tivesse nada a ver com você, como se o irmão que caminha ao seu lado não tivesse nenhuma ligação com a sua vida.
Anos atrás identificava-se um crente por não fumar, não beber, não dançar nem jogar. Talvez por isso, um crente foi a uma fazenda e o fazendeiro lhe disse: ‘Acho que esse meu cavalo é crente, pois ele não fuma, não bebe , não dança e não joga’. Mas aquilo que deveria identificar uma igreja era o interesse de todos uns pelos outros; como eles se amam e se importam com os outros.
Comece a trabalhar para acolher bem gente nova que chega à igreja. Passe os olhos e identifique gente que está num canto, de lado, e desenvolva a sensibilidade para perceber quem precisa ser entrosado. Vá atrás das pessoas, olhe para elas, cuide delas, pois é isso que o o apóstólo Paulo está nos ensinando ao dizer: “saudai-vos uns aos outros com ósculo santo”.
Vamos nos cumprimentar calorosamente. Vamos nos aproximar, acolher uns aos outros, como Deus, em Cristo, nos acolheu.
Assinar:
Postagens (Atom)