terça-feira, 31 de julho de 2012

A Sua Casa, Um Lugar de Cura

Um pouco antes de tomar a cruz, Jesus visitou Jericó. E mais uma vez ele nos surpreende, porque ao invés de ficar na casa do beato da cidade, ele chegou para um cobrador de impostos, que arrecadava tributos não para os judeus, mas para o império romano, e disse: “hoje me convém entrar na sua casa”.
Um publicano como Zaqueu era tão odiado que as mães ensinavam a seus filhos que, ao vê-lo, cuspissem no chão e mudassem de calçada. Esses homens também eram proibidos de porem os pés no templo ou de frequentarem uma sinagoga. Eram considerados traidores da Pátria.

“Eu preciso ficar na sua casa”, disse Jesus a Zaqueu. Isso é fantástico porque, na Bíblia, encontramos uma mãe aflita, numa procura desenfreada por Jesus, porque um espírito maligno havia dominado a sua filha, e infelicitado todo o seu lar. Há pessoas que não chamam Jesus para a sua casa, mas abrem as suas portas para a entrada de entidades malignas. Há muita gente colocando coisas horríveis dentro dos seus lares.

Jesus disse a Zaqueu que precisava ficar na sua casa porque, apesar de ter uma posição privilegiada, e de ter um salário excepcional, ele ainda assim roubava. Zaqueu se parecia com muitos políticos brasileiros de hoje (alguns evangélicos). Nada bastava para saciar a sua fome material. Mas Jesus precisava ficar na casa dele porque Zaqueu levantava altares financeiros que o impediam de chegar a Deus. Muitas vezes colocamos coisas em casa, achando que nos darão vida, mas elas apenas nos impedem de conhecermos a Deus, e de experimentarmos o Seu grande amor. O que você anda colocando dentro do seu lar?

Casa é um lugar excelente para Jesus se tornar conhecido. Hospitalidade e hospital vêm da palavra latina hospes, que no inglês derivou para host, e tem o sentido de hospedar. Daí surgiu a palavra hospitalidade, que é um atributo daquele que trata bem os seus hóspedes. Max Luccado, brincando com essas palavras, diz assim: “ambas levam ao mesmo resultado: cura. Quando você abre as suas portas para alguém, envia imediatamente a seguinte mensagem: ‘você é importante para mim e para Deus’”.

A sua casa pode se tornar um hospital para curar seus vizinhos, parentes e amigos. Ela pode se tornar um oásis espiritual para aqueles que estão atravessando tempestades na vida, e necessitam de restauração e cura para a alma. A nossa proposta, em Agosto, é abrirmos os nossos lares para que Jesus se torne conhecido dos nossos amigos e vizinhos. Abra a sua casa para Jesus, e deixe-O usá-la para a salvação.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

“O Efeito Bumerangue na Vida"

Havia, numa igreja, um irmão que gostava de ser cumprimentado por todos. Ele se acostumou a ficar sentado no seu cantinho e todos tinham de ir lá cumprimentá-lo. Um dia, a mulher do pastor não o cumprimentou. Ele ficou irado, e disse: “a senhora não veio me cumprimentar hoje”. A senhora lhe respondeu: “Meu querido, a distância é a mesma”.

Jesus falou do ‘efeito bumerangue’ nas nossas vidas: devemos fazer aos outros aquilo que gostaríamos que as pessoas fizessem a nós. Devemos não julgar se queremos não ser julgados; não condenar se não quisermos ser condenados, e perdoar se quisermos ser perdoados. Ou seja, nós seremos medidos da mesma forma como medimos os outros. Cordialidade suscita cordialidade. Respeito gera respeito. Violência motiva violência. Julgamento atrai julgamento. Pessoas críticas, duras e julgadoras tornam-se alvos da dureza e do julgamento de outros. Tiago aborda isso, dizendo: “o juízo é sem misericórdia para aquele que não usa de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo” (Tg 2.13).

Lares moralistas e duros acabam se desestruturando porque aprendem a condenar tanto os outros que, quando algum problema acontece na casa deles, eles não sabem mais o que fazer. Quando somos duros com os outros na verdade nós estamos nos esquecendo de quem nós somos. Esquecemos, sobretudo, da nossa natureza pecaminosa, e da necessidade desesperadora que temos da graça de Cristo. O moralista quase sempre é desamoroso, e não sabe lidar com o fracasso e com a dor dos outros.

Jesus, conhecendo bem a natureza humana, disse pra não sermos rigorosos ao julgar os outros. É por isso que o evangelho é o melhor caminho. Pessoas legalistas idealizam os outros, e se esquecem de que elas também são falhas. Jesus escandalizou os moralistas do seu tempo porque se aproximou de gente quebrada e de gente com dificuldade de ser amada, e as aceitou assim mesmo.

Dizem que John Bunyan, autor de “O Peregrino”, um dia estava numa cidadezinha do interior da Inglaterra quando passou por ele um homem que estava sendo levado para julgamento, e talvez pegasse pena de morte. Ele vendo a vergonha e situação ruim daquele homem, chamou as pessoas que estavam por perto, e disse: “Ali está John Bunyan, não fosse a graça de Deus”. Era como se dissesse: a graça que me alcançou me poupou disso, mas eu não sou diferente daquele homem.

Então, meu irmão, muito cuidado com a dureza do seu coração. Quando você for tentado a se achar melhor do que os outros, ou superior aos outros, desconfie de você. Lembre-se do ‘efeito bumerangue’, e trate as pessoas como gostaria de ser tratado.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Muito Mais que Milagres

Facilmente podemos transformar Deus num milagreiro. Nós nos aliamos a Ele apenas para recebermos benefícios. Mas, no Novo Testamento, milagres são lições, são maneiras didáticas de Deus nos comunicar verdades maiores.

Ao fazer qualquer milagre, Jesus tinha uma clara intenção. E quando alguma coisa sobrenatural nos atinge, com certeza Deus tem propósitos nisso. Muitas pessoas veem os milagres, ficam muito contentes com eles, mas param neles. E não há equívoco maior do que transformar Jesus em Alguém que está ao nosso serviço. Essas pessoas experimentam o poder de Deus, mas não têm suas vidas transformadas.

Jesus fez muitos milagres no seu ministério, mas todos eles tiveram efeitos passageiros. Aqueles homens que foram curados de cegueira um dia morreram. Até mesmo aqueles a quem Ele ressuscitou dentre os mortos, como Lázaro e o filho da viúva de Naim, morreram de novo. É que milagres são temporários.

Quando ficamos satisfeitos com os milagres, e paramos neles, deixamos de experimentar a bênção maior que Deus quer nos dar. Por isso, após curar algumas pessoas, Jesus voltou para conversar com elas. E por que fazia isso? É que ele sabia que só o milagre não é suficiente para a nossa vida. Deus queria fazer uma coisa muito maior, mais abrangente e muito mais importante.

Após uma noite inteira de pesca frustrada, Jesus disse a Pedro, pela manhã, que lançasse as redes de novo. Pedro obedeceu-O, e ficou admirado com o que aconteceu. Ele não só ficou boquiaberto com a abundância de peixes, mas, sobretudo, com a pessoa de Jesus. Assim, prostrou-se diante d’Ele, e disse: “Senhor, retira-te de diante de mim porque eu sou pecador”.

Pedro era um homem durão. Era um cabra macho, inflexível, desses que não se dobram facilmente. Mais tarde, quando vieram prender Jesus, no Getsêmani, ele pegou a espada e cortou a orelha de Malco. Quando Jesus disse que todos os seus discípulos fugiriam, ao ser preso, Pedro disse: “O quê? Eu amarelar? Todos podem te negar, menos eu!” Em outras palavras: “Eu sou macho, e não vou ter esse tipo de atitude, não”.

Mas quando Jesus transformou aquela pesca frustrada em algo maravilhoso, aquele milagre gerou temor em Pedro, a ponto de ele se ajoelhar, e dizer: “Sou pecador, e preciso de Deus”. E a maior coisa que o milagre fez foi por Pedro de joelhos, sem arrogância, sem indiferença, sem tentar resolver as coisas no peito, mas aprendendo a se humilhar diante desse Deus grandioso.

Então, melhor do que experimentar os grandes sinais de Deus através de milagres, é entender quem é Jesus. O milagre maior é Deus transformar uma pessoa dura, irreligiosa, como eu e você, em pessoas que se curvam diante de Jesus, reconhecendo a Sua majestade. Se o milagre vem, mas nós não nos tornamos pessoas melhores, e mais sensíveis às coisas de Deus, então não aprendemos nada com ele.

Quando ficamos apenas no milagre, deixamos de receber as melhores bênçãos que Deus tem pra nós. Através dos milagres, Deus quer nos fazer pessoas mais sensíveis à sua voz, e muito mais úteis nas Suas mãos.