No Salmo 121 o verbo guardar aparece seis vezes. Deus é descrito como um guardião. O título do Salmo poderia ser “Deus Guarda”.
O salmo faz parte dos cânticos que eram cantados pelas pessoas em romaria até o templo, em Jerusalém. Enquanto caminhavam, elas cantavam e dançavam. O templo ficava no monte Sião e os crentes olhavam para ele e, imediatamente olhavam para cima, alcançando o firmamento, e ficavam pensando em Deus, o “criador dos céus e da terra”.
Os crentes olhavam para suas limitações, e perguntavam: “De onde vem o socorro quando estiver passando por apertos e perigos?”, ou, “Quem me guardará quando tiver que enfrentar inimigos?”, ou ainda, “Quem vai me proteger no tempo da adversidade e da enfermidade?” Logo, pensavam no Deus a quem serviam. Surgiam, então, três respostas as estas perguntas:
O nosso socorro vem do Deus que nos guarda em nossa caminhada na vida: “não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não se descuida...” (v. 3). Os peregrinos cantavam subindo para Jerusalém, e tinham medo de tropeçar e cair. Mas o salmista diz: mesmo que a nossa caminhada seja feita de curvas, buracos e pedras, Deus as conhece e nos guarda. Mesmo que os nossos caminhos sejam feitos de obstáculos e ressaltos, Deus os nota e nos guarda. Ele está sempre atento, pois é um guardião que jamais falha. É um protetor sempre alerta. Ele não dorme, nem cochila. Ele não tira férias, nem folga. Temos um Deus que está de prontidão. Ele está de sentinela por nós. Então, podemos dormir e descansar porque temos um vigia que está atento à nossa caminhada. Não conhecemos muito bem todas as estradas que teremos de caminhar neste ano, mas vamos acompanhado daquele “que nos guarda e não se descuida”.
O nosso socorro vem do Deus que também nos guarda nos momentos em que mais precisamos: “O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua mão direita. De dia o sol não te ferirá, nem a lua de noite” (v. 5,6). O salmista nos lembra que outra forma dele nos guardar é abrir uma sombra sobre nós, caminhantes, de modo que o nosso esforço seja menor e despenda menor energia. E, mesmo quando estamos mais cansados e débeis, precisando de descanso, Ele vem nos ajudar. Deus é apresentado no Salmo como sendo a própria sombra. É a figura de alguém que está tão próximo de nós que nos faz sombra “à tua mão direita”. Era o lado da força. A mão direita era a mão do poder. Isto significa que mesmo que esteja perdendo as forças, Deus vai me dar total segurança. Ele está sendo louvado porque vai nos proteger no momento em que mais precisamos de socorro. E é proteção por 24 horas. O sol e a lua são senhores do dia e da noite. O sol fere com sua força; a lua, por ser mais fraca em sua intensidade, permite um pouco de trevas, onde se abrigam os salteadores. Pois bem: Deus nos guarda diante dos maiores perigos e quando estamos mais enfraquecidos.
Por último, o nosso socorro vem do Deus que nos guarda com a Sua companhia: “O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua vida. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre”(v. 7,8). O nosso dia a dia é feito de saídas e de chegadas. Entramos na vida saindo do ventre de nossas mães. Saímos da vida chegando à presença de Deus. Saímos de manhã de casa para o trabalho ou para a escola. Saímos da casa para a rua. E chegamos à casa ao fim do dia, e Deus nos acompanha. Ele não tem medo da luz nem das trevas. Eles é nosso companheiro, desde quando saímos até quando voltamos.
Este Salmo nos convoca a não vivermos cheios de medos e temores. Deus guardará a nossa caminhada, nos dará força para viver nos guardando nos momentos em que mais precisamos, e será o nosso companheiro de jornada. Por isso devemos amá-lO, deixando nossas vidas com Ele, para fazer o que quiser dela. Devemos confiar nEle, independentemente do que nos aconteça. Devemos também ter prazer no que Ele ensina. Afinal, dEle vem o nosso socorro, seja a força para enfrentarmos as provações da vida, seja a sua doce companhia para a caminhada. É bem como disse na última pastoral de 2010: “não sabemos o que nos acontecerá neste ano, mas bem sabemos Quem vai conosco”. Descanse nEle!
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