“Eu dizia na minha precipitação: todo homem é mentira.” – Sl 116.11
O ditado popular diz: “apressado come cru e queima a língua.” A Bíblia fala do precipitado, que é a pessoa que procede sem refletir; que é apressada e imprudente. Curiosamente, precipitar é lançar-se de cima pra baixo; é cair impetuosamente.
Quase sempre o precipitado fala sem ter todas as informações. Faz prejulgamentos, sem ouvir todos os lados, e sem ter subsídios para firmar uma opinião bem fundamentada.
Às vezes encontro mulheres que se decepcionaram com algum homem e, contrariadas, falam precipitadamente: “homem nenhum presta!” A sua experiência particular leva-a a uma injusta avaliação generalizada. Quando eu ouço alguém perto dizendo isso, tomo logo uma atitude. Eu falo: “alto lá! Meu pai foi um homem honrado!” Apesar da minha brincadeira, você sabe que há homens sérios, de bom caráter, e que não merecem ouvir tal sentença. Aliás, foi a conclusão a que chegou o autor do Salmo 116.
Há também o caso de você vir dirigindo e o quarto carro à sua frente fazer uma grande besteira, transgredindo alguma lei do trânsito, e colocando em risco todos os outros passantes. E, na maior cara de pau, sem ter tido condições de ver tudo, você vaticina precipitadamente: “mulher ao volante perigo constante!” Com seu preconceito, acha que uma barbeiragem gigante como aquela só pode ter sido feita por uma mulher. Aí quando chega perto desse carro constata, sem graça, que foi um marmanjo quem fez aquela burrada.
No Salmo 73 Asafe está vivendo um grande dilema, que está se transformando numa grande tentação. Ele vê homens maus, sem qualquer temor a Deus, vivendo bem, com saúde, com muito dinheiro, cheios de segurança e aparentemente bem felizes. E olha pra si mesmo, que é temente a Deus, e leva a sério os seus mandamentos, e está enfrentando muitos problemas e contrariedades. Asafe, então, começa a sentir inveja desses homens maus.
Observando esse tipo de gente incrédula, Asafe nota que essas pessoas são arrogantes, insultam muita gente, zombam de todos, inclusive de Deus. Eles costumam até falar contra os céus, dizendo: “Como sabe Deus? Ou “Há conhecimento no Altíssimo? (Sl 73.11)”
Na sua precipitação, ele foi tentado a dizer: “Não vale a pena ser crente!” Na verdade, quando já estava pronto a dizer algo parecido, pra todo mundo ouvir, ele pensou melhor, e acabou concluindo: “se eu tivesse dito: falarei como eles, eu teria traído a geração dos teus filhos” (Sl 73.15).
O livro de Provérbios diz que “até o tolo quando se cala é tido por sábio” (Pv.17.28). O que impediu Asafe de falar um monte de bobagem foi ter pensado nas consequências dos seus ditos sobre os crentes. E ele chegou à seguinte conclusão: “eu estou muito desiludido, passando por muitas incertezas, mas eu não tenho o direito de prejudicar o povo de Deus. Eu sei que não posso, com as minhas palavras, atrapalhar a fé de ninguém”. Portanto, meu querido, mesmo que esteja inquieto, não faça nada que possa abalar a fé de outro crente.
Se a sua palavra não vai edificar, fique calado. Se não sabe de todos os fatos, não avalie. Não repasse uma afirmação que você não pode provar. Não alimente a maledicência. Não faça fofoca. Não se precipite. Não se desmorone espiritualmente, e, acima de tudo, não faça o povo de Deus tropeçar!
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