Morava em Lisboa quando apareceu na cidade um pastor amigo, que fora meu conselheiro na época de Embaixador do Rei. Ele estava de passagem para uma visita a Israel. A alegria de revê-lo ficou maior com a oportunidade dele falar ao nosso grupo de estudo bíblico.
Ele preferiu dar o seu testemunho. A sua mãe era Mãe de Santo, e funcionava na sua casa um centro espírita. Como se dizia anos atrás, ele era um jovem da pá virada. Vivia envolvido em brigas e confusões. Era alto, forte e aventureiro. Um dos tios da minha esposa era um dos seus parceiros preferidos.
Um dia alguém lhe falou do evangelho, e ele se converteu. Aquilo foi uma reviravolta no bairro. Muitos não acreditavam na sua transformação. Mas ela veio, realmente. E chegou de tal forma que já nenhuma entidade baixava no centro espírita que funcionava no seu lar. A presença dele na casa impedia a chegada de qualquer “guia”. Um dia ele percebeu que seu pai o olhava com ódio. Foi saber a razão. Ele estava prejudicando as atividades espirituais da mãe.
Pouco tempo depois, ele se sentiu chamado para o ministério pastoral. Foi para o seminário, se formou, casou e tornou-se pastor. O tempo passou, e já era pastor há anos, fora do Rio, quando deixou de viver uma vida íntima com Deus. Um dia, disse ele, estava no templo quando uma mulher entrou no gabinete pastoral para lhe fazer ameaças, em nome de uma entidade. Então, ele se lembrou da época de novo crente, quando vivia uma vida bonita e sincera com Deus, e como só a sua presença impedia a ação do inimigo no seu lar. Agora, pastor, vivendo uma vida dúplice, era ameaçado no gabinete pastoral. Ajoelhou-se, confessou seus pecados, e pediu a Deus nova oportunidade para viver uma vida fiel a Ele.
Revigorado, dava testemunho da ação de Deus na sua vida e ministério, mas começou a colocar medo nos crentes, falando de quadros e objetos nas casas, que se prestavam à ação do Maligno nos seus lares.
Muitos evangélicos pregam, hoje, que há uma guerra entre “divindades pagãs” e Deus. Chamam isso de “batalha espiritual”. Sinceramente, creem eles que estas "divindades" existem, mas elas não passam de mera criação da mente humana, como foram Afrodite (deusa do amor, do sexo e da beleza corporal), Posseidon (deus supremo do mar, dos rios,fontes, terremotos e cavalos), Apolo (deus da divina distância, identificado com o sol e a lua), Castor e Pólux (deuses gêmeos, padroeiros dos navegantes, que protegiam os marinheiros da agitação do mar e dos ventos), deuses fictícios da mitologia Greco-romana. Por exemplo, Yemanjá, Exu, Pomba-Gira, cridos, respeitados e temidos hoje, também não existem. Só há um Deus, e não há divindades com as quais Ele tenha de lutar (1Co 8.4). Há apenas Satanás, que não é Deus, é apenas um ser caído, e está com sua derrota decretada, por causa da morte de Cristo na cruz e da Sua ressurreição. É claro que Satanás está ativo, e ainda ruge como leão (1Pe 5.8), mas está com seus dias contados.
Muito cuidado com o dualismo e com o politeísmo evangélico, em que surge um Deus do bem, e deuses do mal, em batalhas constantes. E mais cuidado ainda com homens e mulheres que são os escolhidos para fazer o povo de Deus triunfar sobre essas “divindades malignas”. A Bíblia ensina que Jesus já venceu todo tipo de potestade e as exibiu publicamente, como despojo (Cl 2.14,15). Portanto, fuja destes ensinos, por mais espirituais que eles possam parecer (Cl 2.6-10).
Quando esteve em Teresópolis, o Pastor Larry Walker trouxe uma mensagem extraordinária para os nossos jovens. Ele provou que tudo o que Deus Pai fez por Jesus Cristo é o que Ele faz por nós, hoje. Mostrou também que o poder que ressuscitou Jesus é o mesmo que age nas nossas vidas. Ele é “muito acima de todo o principado, autoridade, poder, domínio, e de todo nome que possa ser pronunciado, não só nesta era, mas também na vindoura (Ef 1.19-21).” Afinal, “maior é o que está em nós do que o que está no mundo” (1Jo 4.4). Portanto, se você já é de Jesus, nada de temer objetos, quadros, coisas, espíritos ou entidades.
Olá Renato !
ResponderExcluirÉ... meter medo nunca ajudou ninguém.
Lembrei que a Palavra ordena várias vezes o "..Não temas ...".
Lembrei que Deus não apaga o pavio que fumega.
Lembrei também que Ele não esmaga a cana rachada.
Saber isso com a alma é ir sendo liberto do medo e ficando grato e com vontade de servir, não por compulsão ou obrigação religiosa, mas por entendimento do privilégio.
Grande abraço !
Marcelo