sábado, 20 de agosto de 2011
Não Confunda a Boda com o Casamento
O Pastor Olavo Feijó nos dizia que quando alguém chegava para ele perguntando se fazia casamento misto, ele respondia: “Só faço casamento misto, entre homem e mulher.” Agora, muitas pessoas me perguntam se faço casamento, e eu respondo: “Não faço casamento. Só faço cerimônias de casamento. Quem faz casamento são os cônjuges.”
Comecei meu ministério pastoral muito novo, sem convicções se deveria fazer cerimônias entre crentes e não crentes. Então, na dúvida, optei por fazê-las. No meu modo de pensar, eu dizia: “se eu não fizer nem por isso eles deixarão de se casar. Então, fazendo, terei oportunidade de me aproximar da pessoa não crente e iniciar amizade com ela.” Depois de nove cerimônias, entrei em crise. Analisei todas aquelas nove famílias e descobri que em nenhuma delas o cônjuge crente estava mais firme na fé. Vi também que seus filhos não estavam sendo encaminhados à igreja e a influência sobre a parte incrédula era mínima. Convoquei os diáconos, os jovens e os adolescentes, em reuniões distintas, e pedi que fizessem uma análise daqueles casamentos. Eram todos parentes deles. E a turma chegou à mesma conclusão minha. Então, declarei a igreja: “de hoje em diante, eu não faço mais casamento entre crente e não crentes”. A igreja respeitou a minha decisão.
Logo depois, percebi que esta decisão provocou uma mudança na vida dos nossos jovens. Eles, agora, não estavam tão abertos a um relacionamento com incrédulos. Vi que muitos deles começaram a se interessar em namorar jovens crentes. Aquilo foi bom para todos.
Gostaria muito que cada casal se empenhasse pelo casamento como se preocupa com a boda. Muitas vezes fico vendo os noivos tão assoberbados com a cerimônia, que digo a mim mesmo: se eles levarem tão a sério a vida conjugal quanto são criteriosos com a boda, vai dar certo. Acontece que muita gente pensa que o casamento foi feito na data x. E não sabe que casamento é feito todos os dias. Lá no passado ficará a lembrança da boda, mas só quando nos esforçamos todos os dias para agradar e suprir as necessidades do outro é que o casamento se torna uma grande festa.
Quando o povo de Israel passou a seco o Mar Vermelho, eles pararam na outra margem para celebrar. Logo depois foi feita uma boda com Deus, com uma grande festa, com muita música e danças. Todos estavam alegres e maravilhados. Aí o Senhor mandou que o povo começasse a marchar. Eles andaram três dias e não encontraram água. Então, começaram a esquecer a grande vitória anterior e se queixar. Finalmente, já exaustos, encontraram água, mas era amarga. Aí veio um chororô, acompanhado de muita murmuração contra Deus.
Tenho visto casamentos assim. Casais que começam a vida conjugal com uma grande boda. Há muita música e alegria. Então, finalmente, começam a caminhada conjugal e aí vêem que só estavam preparados para a festa. Não se equiparam para as dificuldades da vida a dois. O casal está diante de águas amargas, e um começa a reclamar do outro, não sabendo o que fazer.
E lembrar que a minha boda foi muito simples. Tínhamos um bolo e refrigerantes. Se ela espelhasse o meu casamento, então, ele estaria fadado ao fracasso. Mas, na minha caminhada conjugal, já me casei várias vezes, e sempre com a mesma esposa. É a adaptação, a vontade de acertar, a necessidade de mudar e alegrar o coração do outro, que faz o casamento dar certo e ser um evento para a vida inteira. Estou fazendo o meu casamento e de vez em quando sou chamado para fazer algumas bodas.
Trabalhe para que o seu casamento hoje seja muito melhor do que aquele de anos atrás. E que o de amanhã seja melhor do que o de hoje. O segredo é simples: torne-se um melhor marido ou esposa a cada dia, então o seu casamento será bom sempre.
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Como sempre, reflexão excelente!
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