sexta-feira, 1 de abril de 2011

"Não Tem Cérebro, Mas já Devorou Mais Livro que Você"

Numa Campanha para uma Feira do Livro em Lisboa, um publicitário brasileiro pôs num outdoor uma imensa traça e cunhou a frase acima. Com ela, foi premiado no “Festival Publicitário de Cannes” com o “Leão de Ouro”.

Quando era seminarista, tínhamos de apresentar um estudo usando todas as normas aprendidas na disciplina “Metodologia da Pesquisa” . Um dos meus colegas resolveu estudar sobre os anjos. Pesquisou, reuniu informações, coligiu livros e apresentou um trabalho correto, mas despretensioso. O professor implicou com o título que ele deu ao trabalho: “Um pouco sobre anjos”. Como resposta, ele explicou: “é que li um livrinho, de poucas páginas, cujo titulo era: ‘Tudo sobre Anjos’. Como nunca tive a pretensão de esgotar o assunto, achei o meu trabalho mais honesto”.

Eu mesmo li “Decepcionados com Deus”, de Yancey, com uma expectativa muito alta. Na medida em que lia o livro fui ficando decepcionado com o autor. Tanto assim, que passei anos sem comprar qualquer livro dele. Um dia, empolgado, meu irmão gêmeo disse-me que a leitura do livro “O Jesus que eu nunca conheci”, do mesmo autor, tinha lhe sido muito proveitosa. Emprestou-me o livro, e eu, outra vez, fui ficando decepcionado. Afinal, eu já conhecia aquele Jesus há anos! Para mim, não havia nada de novo naquela abordagem. Deixei a leitura na metade. O tempo passou e alguém me citou uma frase de Yancey naquele livro. Tornei a pegá-lo e, agora, a sua leitura me fez muito bem. Finalmente, num aniversário, minha irmã me presenteou com outro livro dele: “Igreja: por que se importar?” Aquela leitura me fez comprar outros livros seus. Descobri que muitas vezes a nossa expectativa interfere na maneira de ler um livro.

Tempos atrás, a irmã Beth Amaral me emprestou um livro de Rubem Alves, intitulado “E aí?” Quase que lhe faço uma paráfrase de Filipe, e lhe pergunto: “pode vir alguma coisa boa de um livro cujo título é ‘E aí?’” Eu nunca pararia numa livraria para comprar um livro com tal título. Ela me explicou que o livro fora escrito pra pais de adolescentes e adolescentes. Confesso que o “devorei”. Só o larguei quando acabou. Agora, eu o tenho emprestado a pais de adolescentes, e o livro os tem ajudado.

Finalmente, há vinte anos atrás, caiu-me às mãos um livro de James Dobson: “O amor tem de ser firme”. À medida que o lia, percebi que fazia a sua leitura com 16 anos de atraso. Se o conhecesse há mais tempo, teria tido oportunidade de ajudar muitas famílias em crise. Agora, embora o meu exemplar esteja velhinho, eu ainda tenho visto Deus usá-lo para restaurar esperança a muita gente.

Se a traça tem devorado mais livro que você, saiba que um bom livro consola, alegra, denuncia, critica, corrige e abre nossos horizontes. Não deixe que a traça viva com mais intensidade e mais emoção do que você. Leia um bom livro. Peça sugestões.

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