No início do meu ministério pastoral em Guaíba, RS, a minha esposa dava aulas de matemática na zona rural do município. Apanhava um ônibus da prefeitura que trafegava pelas estradas empoeiradas da roça, catando as crianças. Muitas vezes a chuva fazia daquele trajeto um suplício, pois todos tinham de descer do ônibus para empurrá-lo.
Uma das colegas da Jane pegava o ônibus no meio do caminho, deixando o filho de uns 6 anos aos cuidados de uma vizinha. Ia com o coração na mão, mas não tinha outro jeito. Deixava com ele também uma série de conselhos. A mãe não temia que fosse assaltado, sequestrado ou algo parecido. Temia, sim, que o garoto fosse a um açude, próximo da casa, onde gostava de tomar banho. Cedinho, antes de ir para a escola, ela outra vez lhe lembrava: “nada de fugir para o açude! É perigoso! Além de se afogar, você pode ficar doente.” O guri ouvia aquilo tudo com temor, mas quando via os vizinhos se esbaldando naquelas águas, não pensava duas vezes e fugia. Volta e meia, a mãe regressava da escola e encontrava as roupas do filho molhadas.
Cada dia ela tentava incutir no filho um temor maior. Todos os dias ela buscava uma nova ameaça, suscitando um novo perigo na cabeça do menino, já que as palmadas e os castigos não iam dando resultados. Foi assim que, um dia, ela chamou o filho e, com toda a seriedade da hora, lhe disse: “Filho, a mãe não quer que você vá ao açude, pois lá há um bicho muito malvado, chamado micróbio. Se você for lá, o bicho chamado micróbio vai pegar você!” O filho ficou assustadíssimo com aquelas palavras, afinal, nunca havia sido informado acerca da existência daquele horrível bicho. Talvez por isso, durante quatro ou cinco dias o garoto ficou em casa. Não havia indícios de que tivesse ido à barragem.
Certo dia, ao voltar mais cedo para casa, a mãe flagrou o menino todo molhado. Mas, antes mesmo de dizer ou fazer alguma coisa, a mãe ouviu a seguinte explicação do miúdo: “Mãe, eu estava quietinho no meu canto; mãe, eu nem queria entrar no açude, mas o malvado do bicho chamado micróbio me pegou e me jogou lá dentro!” Naquele dia, apesar de toda a explicação, ele foi disciplinado como nunca havia sido.
Deus tem nos falado acerca do terrível “bicho chamado pecado”, mas, qual crianças, muitos de nós gostamos de brincar com ele. Muitas pessoas acham que tudo o que Deus diz sobre o pecado é uma grande bobagem. Afinal, parece que ele é bom, gostoso ou divertido. Com seu imenso amor por nós, Deus tem tentado nos prevenir, mostrando o seu poder letal. Se as disciplinas de Deus não lhe têm convencido, então se prepare para uma dor maior. Um dia, mais cedo do que você pensa, Deus vai pegá-lo no seu pecado, e você ficará completamente sem escapatória. Então, não custa dizer mais uma vez: cuidado com o “bicho chamado pecado”. Ele parece inofensivo, mas mata.
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