quarta-feira, 31 de outubro de 2012
O Deus Presente nas Coisas Comuns
Certa vez um amigo entrou para a Amway e foi me visitar. Desejoso de que eu aderisse à sua rede de vendedores tentou me aliciar com a seguinte pergunta: “Imagina que você ganhou muito dinheiro e pode comprar o que lhe der na cabeça. Diga-me então o que compraria?” Eu logo vi que ele esperava que lhe dissesse algo como comprar um carrão, adquirir uma mansão, viajar, etc. De propósito, respondi: “comprar um sapato novo”. Meio decepcionado, ele me disse: “Puxa, esperava que você me falasse de uma fazenda, com muitos quartos, piscina, etc.” Prossegui: “Mas, rapaz, eu preciso de um sapato. Acha que é pouco um sapato novo?” Ali morreu a minha adesão a Amway.
Fico pensando que alguns crentes que conheço se parecem muito com este meu amigo. Ficam buscando no evangelho o espetacular, o maravilhoso, os milagres, as visões e êxtases. Quase nunca reparam a ação de Deus nas coisas comuns e simples da fé cristã. É gente que, se no culto não sentir um arrepio ou se não perceber algo sensacional, tipo o capeta se espernear, volta frustrada para casa. Acha que foi ao templo, mas Deus não se manifestou. São parecidos com o profeta Elias que esperava Deus num vento impetuoso e num terremoto. Perplexo, finalmente descobriu que Deus também se manifestava numa brisa suave.
Crentes que só têm olhos para anjos, para o trono de Deus e para tremores celestiais não conseguem ver as ricas manifestações do Seu amor numa fiel exposição bíblica. Não notam o amor de Cristo expresso na vida d’alguns irmãos, verdadeiros anjos postos em nossas vidas para nos abençoar. Quem fica esperando o extraordinário não observa que Deus trabalha nas coisas ordinárias. Quem só fica esperando o eclipse do sol não repara que os dois mais lindos espetáculos diários da terra são o nascer e o pôr do sol. Quem fica aguardando o excepcional, perde a beleza simples das flores, das crianças brincando e de um céu estrelado.
Há crentes que só valorizam feitos grandes. Acham que a marca das bênçãos de Deus só pode ser avaliada pelo tamanho. Então, igreja abençoada é aquela que tem grandes ajuntamentos, grandes eventos e muita badalação. Esquecem-se de que a vida cristã que abalou o mundo teve início nas casas. Era a comunhão diária e simples dos crentes, envoltos em oração, no partir do pão, no estudo da doutrina dos apóstolos, tudo isso feito com alegria e singeleza de coração (At 2.46), que marcou profundamente aquela sociedade descrente.
A mão de Deus guiou os hebreus pelo deserto 40 anos. Muitas das coisas grandes feitas por Deus eram também bem simples. Ele não permitiu que seus sapatos e roupas se desgastassem, e lhes enviou comida todos os dias. Mas, mesmo assim, vendo o extraordinário, acharam-no ordinário. Gente que vivia reclamando da vida.
Há gente que só vê a mão de Deus no extraordinário. Há os que não veem Deus nem assim. Há aqueles, agradecidos, que conseguem ver a extraordinária mão de Deus nas coisas simples. Estes, com certeza, têm uma vida muito mais rica, alegre e abençoada. Aprenda, então, a enxergar Deus presente nas coisas comuns.
terça-feira, 30 de outubro de 2012
O Deus que nos dá Segurança
Meu avô materno morreu aos 36 anos, de insuficiência cardíaca. Vovó, apanhada de surpresa, tomou uma decisão muito difícil: como não tinha condições de criar os quatro filhos pequenos, distribui-os entre famílias amigas.
A minha mãe, com oito anos, foi amparada pela família Coimbra. O Sr. Coimbra era dono do bar da estação de trem de Muqui, ES, e diácono da Igreja Batista. De repente, aquela criança se viu sozinha, longe dos irmãos, e sem pai nem mãe. O que seria dela? Quem tomaria conta da sua vida? Como seria o seu futuro? Naqueles dias encontrou na Bíblia um versículo que foi seu texto áureo por toda a vida: “Porque, quando meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me acolherá” (Sl 127.10). Aquela triste condição fez nascer duas coisas em mamãe: uma profunda dependência de Deus e um apego muito grande à igreja.
Deus era o Pai que ela tinha. Era o amparo que a acolhia. Era pra quem corria quando sentia medo. Deus era o amigo com quem abria seu coração, expunha seus sonhos e anseios. Deus era alguém que podia ir quando queria chorar. Os anos passaram, e Deus lhe deu uma família com cinco filhos. Cresci vendo essa marca na sua vida: Deus lhe era um Pai vivo, com quem mantinha um relacionamento íntimo e amoroso. Enquanto viveu, ela nos passou isso: o mundo se refugia em castelos, em dinheiro, e em portas de ferro. O crente se refugia no seu Pai Celestial. Deus é um lugar de confiança para estar. Tudo em redor pode está se desfazendo, mas a nossa confiança está no Senhor. E possível ter segurança, não porque os problemas são poucos, mas porque Deus está no meio de nós. Deus está conosco.
Em 1976, houve um dia atípico no Rio de Janeiro. De repente, uma grande tempestade se armou sobre a cidade. Eu estudava numa escola técnica no bairro do Riachuelo, e às 14 horas já estava tudo escuro, como se fosse noite. A forte ventania deixava todos apreensivos. Em Campo Grande, zona oeste o Rio, a situação não era diferente. Numa escola primária, as professoras encontravam dificuldade para manter a calma das crianças nas salas de aula. Muitas, apavoradas com o barulho dos relâmpagos e da chuva de granizo, começaram a chorar. Foi então que a direção resolveu levá-las para o auditório, onde as professoras teriam mais facilidade em controlá-las. Ali, no auditório, de repente, as crianças do orfanato batista começaram a cantar: “Já não estou sozinho, agora sou feliz, com Cristo em meu coração. Ele é meu grande amigo, não temo o perigo, com Cristo no meu coração”. Aquela música encheu o recinto de paz, e trouxe sossego e confiança àquelas crianças. Do lado de fora da escola havia tempestade, do lado de dentro havia medo e ansiedade, mas dentro do coração daqueles meninos órfãos havia um Deus forte e poderoso, capaz de dar segurança aos seus corações no dia do temor.
Podemos enfrentar as situações mais difíceis e temerosas quando o Deus revelado na pessoa de Jesus Cristo está dentro de nós. Se Ele está conosco, temos segurança.
sábado, 27 de outubro de 2012
‘Não Tocar no Ungido do Senhor’
Vai se generalizando entre nós, evangélicos, a ideia de que o pastor é “o ungido do Senhor”. Assim, quando algum pastor está sendo acusado de algum desvio ético, surge no nosso meio a expressão: ‘não tocar no ungido do Senhor.’ A frase reivindica ao pastor uma superioridade comparável a que tinha um sumo sacerdote do AT ou um rei em Israel. Geralmente dita para defender o líder cuja reputação está sendo atacada, o que se quer é que os críticos deixem de investir contra a figura impoluta do pastor. Como se o pastorado fosse uma espécie de casta cristã, constituída por pessoas detentoras de uma relação especial com Deus e, por isso, não podendo ser contestada. A ideia é que eles desfrutam de uma linha direta com Deus e, portanto, têm uma autoridade espiritual inatacável. Enfim, o uso da expressão defende que pastores estão acima dos outros crentes.
Para se ter uma base bíblica, tira-se da cartola um episódio ocorrido no tempo em que o rei Saul perseguia a Davi, procurando matá-lo. Um dia, apertado, o rei entrou numa caverna para `desafogar-se`, sem saber que Davi e seus homens estavam no fundo da gruta. Os valentes de Davi mal podiam acreditar no que viam. A vida de Saul agora estava nas mãos de Davi. O perseguidor nas mãos do perseguido. Surpreendentemente, Davi cortou a orla do vestido de Saul, mas não tirou-lhe a vida, convencido de que não devia ‘tocar no ungido do Senhor`.
Só que transportar a figura do rei de Israel para a figura do pastor, hoje, é desonestidade bíblica. Os pastores são homens-dons que Deus deu à Igreja, mas não são como os sacerdotes do AT. É que o NT ensina que todo o crente é um sacerdote. A igreja é “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido...”(1 Pe 2.9). E. todos nós somos ministros, pois todos somos servos. E todos somos leigos, porque todos somos povo (é este o sentido da palavra “leigo”, alguém do povo). Portanto, como batistas, não temos um clero e um laicato.
Hoje, sinto saudades do tempo em que os pastores não buscavam sua glória pessoal, mas apenas serviam ao reino e a suas instituições. Um tempo em que pastores, íntegros e piedosos, sóbrios e éticos, e, sobretudo, comprometidos com Cristo, não tinham como alvo formar um império religioso ou se apropriar do gazofilácio da igreja. Um tempo em que os pastores tinham rebanho, e não fãs-clubes. Um tempo em que queriam que o nome de Cristo fosse exaltado em suas vidas a qualquer custo, ao invés de alçarem seus nomes em gás néon.
É muito bom prestar atenção nas orientações de Paulo. Ele diz que “os bons pastores (os que lideram bem a igreja) são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino” (1Tm 5.17). Também ensina a não aceitar acusações contra eles, que não tenham como prova duas ou três testemunhas. Mas, o apóstolo também ensina que pastores que pecarem deverão ser repreendidos em público, para que os demais também temam a Deus (1Tm 5.19,20).
Graças a Deus por muitos pastores que, não se achando intocáveis, ainda assim trazem as marcas do Cristo vivo em suas vidas. Com essas considerações fica a minha homenagem àqueles que exibem vidas santas, honradas e dignas de serem imitadas.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
O seu Caráter Faz seu Nome
Um tio da Jane se chamava Blandismar. Era um nome tão esquisito que toda a família o chamava de “Fio”. Um dia perguntamos à vovó Marta por que dera tal nome ao filho primogênito? Ela disse que, lá na rua onde morava, havia um garotinho muito educado e prestativo, cujo nome era Blandismar. Então, ela colocou aquele nome em homenagem àquele garoto, na esperança que seu filho também fosse tão prestável. Foi aí que descobri que, mesmo que receba um nome excêntrico, você pode neutralizá-lo se tiver uma vida bonita.
Li que “no Império Romano, os pagãos frequentemente invocavam o nome de um deus ou de uma deusa ao fazerem apostas em um jogo de azar. Uma divindade favorita do apostador era Afrodite, a palavra grega para Vênus, a deusa do amor. Ao rolar os dados, eles diziam ‘epafrodito’ – literalmente, ‘por Afrodite’”.
Na verdade, o nome Epafrodito significa “amado por Afrodite”. Possivelmente, quem recebia tal nome, era filho de pais devotos de Afrodite, deusa também da beleza e da sexualidade, na mitologia grega. O nome seria dado na intenção de que a pessoa fosse dedicada a Afrodite, ou protegido por ela. Enfim, ao homenageá-la, queriam que houvesse uma ligação forte com a deusa.
Acontece que, na Bíblia, aparece um Epafrodito que não é consagrado a Afrodite, mas é alguém convertido a Jesus, e tem ligação forte com ele. Provavelmente ouviu o evangelho e se rendeu a Jesus. Quando a Igreja de Filipos necessitou de uma pessoa de confiança para levar uma oferta ao apóstolo Paulo, logo pensaram nele. E Epafrodito não só foi leal à sua missão, como se tornou um grande companheiro do apóstolo, servindo-o com fidelidade. Sobre esse amigo, Paulo escreveu: “...Epafrodito... meu irmão, cooperador e companheiro de lutas” (Fp 2.25).
Epafrodito foi um bravo soldado da fé e o portador da inspirada carta de Paulo aos Filipenses. Ele se comovia com as necessidades dos seus irmãos na fé e tinha uma ética a toda prova. Cheio de vontade de servir ao seu Deus, Epafrodito já não vivia por Afrodite, mas tinha a reputação de quem vivia pela fé em Jesus. Seu nome continuava pagão, mas agora demonstrava um enorme apego e amor a Cristo.
Anos atrás funcionários do Detran do Rio foram presos pela Polícia Federal. Eles arrumaram um esquema fraudulento de emissão de carteiras de habilitação, que beneficiou sete mil motoristas. O desfalque aos cofres públicos é calculado em 30 milhões nesses últimos três anos. Um dos líderes do bando chama-se Oséias. Ele era o atendente da diretoria de licitação do Detran.
Oséias significa “salvação” e é equivalente aos nomes de Josué e Jesus. Não é um nome raro, mas quase sempre quem o recebe é filho ou neto de crente. Geralmente o nome é dado não só para homenagear o profeta bíblico, mas inspirado no seu caráter. O Oséias do Detran não honrou o seu nome. Sendo empregado de confiança, no meio de empregados corruptos, não foi a “salvação” ética do grupo.
Não basta ter nome bonito. Também não importa se seu nome é exótico. Na verdade, as qualidades observadas em nossa vida são mais importantes do que o nosso nome. O que você gostaria que as pessoas associassem ao seu? Viva de tal modo que ainda que se chame Blandismar ou Epafrodito, a sua vida se torne útil a Deus e fonte de inspiração para todos.
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Seja Luz!
Em uma tarde de trabalho de março, a vida de Francisco mudou. Ele, que mora no Céu Azul (GO) e ganhava R$ 370 mensais, encontrou uma maleta com mais de US$ 10 mil, equivalentes, à época, a R$ 30 mil, esquecida em um banheiro. Francisco não hesitou. Usou o sistema de som do saguão para anunciar o achado. Momentos depois, o dono do dinheiro, um turista suíço, apareceu.
Um motorista de ônibus de 32 anos encontrou mais de R$ 11 mil dentro do veículo que trabalha e devolveu o dinheiro ao dono. “Ele chorou e me abraçou”, disse o motorista Emerson Lopes Farias ao relatar a reação da pessoa ao receber o dinheiro de volta. O caso aconteceu na cidade de Sinop, distante 503 km de Cuiabá.
Rejaniel Santos e a esposa, Sandra Regina Domingues, dormiam sob um viaduto, na capital paulista, quando foram acordados pelo barulho de um alarme. Foram ver o que havia acontecido e, no caminho, encontraram uma sacola com cerca de R$ 20 mil. A quantia, que havia sido furtada por bandidos que invadiram o restaurante japonês Hokkai Sushi, a poucos metros do local, seria suficiente para mudar a vida dos dois, mas eles entregaram todo o dinheiro à polícia e, em menos de 24 horas.
Designado relator do processo do mensalão, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa analisou provas, evidências e depoimentos, examinou os argumentos das partes envolvidas, enxergou as coisas com as coisas são, contou o caso como o caso foi, mostrou as vísceras do esquema criminoso e, amparado na lei, não só deixou claro que corrupção dá cadeia, mas condenou toda a quadrilha.
O que há de comum entre todas essas histórias? Da noite pro dia, essas pessoas se tornaram nossos heróis. Pelo fato de terem cumprido o seu dever de cidadãos são agora vistas como super-homens. Infelizmente, aquilo que deveria ser rotineiro e mera obrigação está se tornando uma raridade no nosso Brasil.
Vivemos numa cultura tão degradante, onde a norma é o roubo, o conchavo, a mentira, o descaso e a esperteza. O filho do ex-ministro dos transportes, de 25 anos, abriu uma empresa na área do pai e se tornou uma das pessoas mais ricas da Amazônia. Faturou em um ano R$ 1,25 milhão, segundo a revista “Isto É”. Recentemente, soubemos que os nossos senadores ganham 15 salários por ano, mas só declaram ao fisco 13 salários.
A situação está tão ruim, que nem os evangélicos escapam. Todos vimos um deputado, que também é pastor, fazendo uma reunião de oração com seus comparsas, agradecendo a Deus o dinheiro recebido, fruto da corrupção. Dá ainda para lembrar que uma das nossas maiores redes de TV foi comprada por um bispo neopentecostal, num esquema obscuro, cujos compradores foram todos “laranjas” da sua igreja. É o “milagre da corrupção” no país.
Mas Jesus disse assim: “Se, portanto, a luz que há em ti forem trevas, quão grandes trevas serão” (Mt 6.23b). Portanto, nesse Brasil mergulhado em trevas, precisamos ser luz. Mas não basta falar de Jesus, é preciso viver como Jesus. Se você já é “filho da luz”, então, meu irmão, seja luz!
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Não Chegue ao Final da Vida Amargo
O filme “Num Lago Dourado” conta a história de um professor ranzinza e de mal com a vida, prestes a completar 80 anos. A filha e o genro fazem de tudo para agradá-lo, mas é inútil. No dia do aniversário, o genro pergunta a ele: “Como o senhor se sente fazendo 80 anos?” Ele diz: “Duas vezes pior do que fazendo 40”.
Na Bíblia, o patriarca Jacó chegou diante de Faraó, que lhe perguntou: “Quantos são os dias da sua vida?” A resposta de Jacó também foi amarga. Aos 130 anos, ele disse que os seus anos eram poucos e maus. Como podemos chegar ao final dos nossos anos, e olhar pra eles com alegria, dizendo: “Os meus dias foram bons, muito bons”?
Se quiser chegar ao final dos seus dias alegre e agradecido a Deus atente para as suas escolhas morais. Nós somos responsáveis pelas nossas escolhas. As opções de Jacó foram permeadas de enganos, trapaças e mentiras. Ele roubou a bênção do irmão, enganou o pai, mesmo sendo seu genitor já velho e cego. Como consequência das suas escolhas, teve de sair corrido de casa para não morrer.
Eu conheço pessoas que também transformaram a sua vida num inferno por causa de escolhas morais equivocadas. Eu tenho aprendido que melhores atitudes sempre nos levam a maiores altitudes. Jacó usou o método satânico das trapaças, da desonestidade e do descaso com a vida dos outros. Ganhou dinheiro, reputação, mas se tornou infeliz. Há muita gente que acha que, por onde passa, nunca mais vai ter de retornar por aquele caminho. Mas eu tenho notado que a vida dá voltas, e um dia a gente volta. Nessas horas, se agimos mal encontraremos as portas fechadas e as pontes arrasadas.
Se quiser chegar ao final dos seus dias alegre e realizado invista num relacionamento amoroso, de confiança e respeito no lar. Jacó era um homem de relacionamentos interpessoais complicados. Onde chegava criava problemas. Por onde passava levantava um ringue. Cresceu num lar onde havia predileções claras dentro de casa; palco de lutas e de desconfianças. Uma verdadeira escola da dissimulação e da maldade.
Se quiser ter dias felizes aprenda a desenvolver respeito pelos outros dentro de casa. Lar deve ser lugar de acolhimento, lugar de descanso da alma. Já levamos bordoadas, de todos os lados, lá fora. Vivemos num mundo competitivo, onde temos de enfrentar concorrências de toda sorte. Se o nosso lar se torna um lugar de transtornos, disputas e desequilíbrios, fique certo: você vai chegar ao final da sua vida profundamente infeliz. Lar deve ser lugar onde haja ternura, verdade e espaço para autenticidade. Deve ser local onde a gente possa correr, e se sentir abrigado e amado, quando as coisas estiverem escuras.
Se quiser ter dias felizes não adie a sua decisão com Deus. Jacó cedo começou a fugir de Deus. Ele ouvia falar de como a mão de Deus abençoou a sua família, sustentou o avô e recompensou seu pai, mas fez de conta que aquilo não tinha nada a ver com ele. Desprezou todos os sinais da misericórdia de Deus em sua história. Até que suas encrencas o encurralaram, deixando-o sem saída. Ou clamava por Deus, ou morria.
Há muita gente fugindo do Senhor. Há filhos de crentes que tentam construir sua história sem aprofundar o seu relacionamento com Deus. Fazem de conta que Deus não é importante pra eles. E chegam ao final da vida, dizendo: “a minha vida é uma grande tristeza”. Por quê? Porque faltou Deus.
Não há nada melhor na vida do que quando Deus nos pega pela mão e começa a nos dirigir, firmando os nossos passos. Se está adiando, protelando a decisão de andar com Deus, você corre o risco de chegar ao final da sua vida profundamente inseguro e infeliz. Lembre-se: Deus pode e quer reescrever uma nova história em sua vida. Ele quer lhe dar um novo propósito, e nova razão para viver. Então, antes que seja tarde, não saia daí sem pedir que a boa mão de Deus guie a sua vida.
terça-feira, 2 de outubro de 2012
"Voto de Cajado"
Alguns líderes evangélicos, hoje, tratam suas igrejas e comunidades religiosas como se fossem verdadeiros “currais eleitorais”. Ou seja, tornaram-se grandes cabos eleitorais de candidatos que, se eleitos, só eles trarão bênçãos para o seu município e igreja.
Antigamente, no Brasil, os coronéis mandavam capangas para os locais de votação, com objetivo de intimidar os eleitores e ganhar votos. Hoje, lamentavelmente, vemos pastores utilizando rádios, TVs e púlpitos, apontando caminhos, fazendo forte pressão e empurrando o seu rebanho para o colo de “iluminados” e “ungidos”, que, se eleitos, abençoarão ricamente suas vidas.
Vejo tantos líderes evangélicos envolvidos nisso, com o firme desejo de passar a ideia de que suas ovelhas são submissas e dóceis, e que vão caminhando em fila em obediência cega às suas orientações políticas. Assim, demonstram claramente que não vêm suas igrejas como rebanho, mas sim como uma manada de burros. Pois só crentes estúpidos, ou totalmente alheios aos meandros e às mazelas políticas, se deixam levar pelo “voto de cajado”. Pastor que usa o púlpito, ou sua influência, para tentar impor candidato político não respeita você nem a igreja de Cristo.
Quando se trata de exposição das Escrituras, se o pastor for estudioso da Bíblia, consagrado e submisso a Deus, pode ser que ele tenha autoridade espiritual para anunciar a vontade do Senhor ao Seu povo. E, mesmo assim, a igreja deve examinar a Bíblia para ver se, de fato, é isso mesmo (At 17.11). Mas quando o que o move é política, o seu pastor tem tanta autoridade quanto qualquer outro crente. Ele estará indicando um candidato em nome de quem? E a troco de quê?
Além disso, uma das doutrinas mais caras ao Novo Testamento é a do “sacerdócio universal de todos os crentes”(1Pe 2.9). Era no Antigo Testamento que o Senhor só contava a Sua vontade para certos líderes religiosos hebreus. A partir do sacrifício perfeito de Jesus, o véu do templo se rasgou, e com ele as barreiras que limitavam o acesso a Deus se foram. Hoje, por meio de Jesus Cristo, todos aqueles que já são lavados pelo Seu sangue, e tiveram seus pecados perdoados, têm livre acesso ao Trono da Graça. Assim, não seguimos a gurus, pois o crente simples chega a Deus como qualquer pastor (bispo ou apóstolo).
Mesmo que seu pastor indique, simpatize, aconselhe, aposte, abrace ou precise da competência de algum candidato, isso é problema dele, não seu. Vote segundo a sua consciência. Ore, pedindo a Deus sabedoria para votar. E, mesmo que você divirja politicamente dele, vote sem qualquer drama interior.
Portanto, ainda que tenha grande apreço por seu pastor, se ele se transformar em cabo eleitoral, não o obedeça cegamente. Lembre-se: o voto é um exercício de soberania. Ele não está à venda, e não pode ser produto de negociações manipuladoras. “Voto de cajado” é algo odioso e precisa ser denunciado. A igreja de Jesus Cristo não pode ser identificada com nenhum partido político. O púlpito não deve ser usado como plataforma política de candidato algum.
No dia 7 de outubro vote naquele que considerar o melhor para a sua cidade, e respeite quem divergir da sua opinião. Lembre-se: você não é burro. É ovelha de Cristo.
Antigamente, no Brasil, os coronéis mandavam capangas para os locais de votação, com objetivo de intimidar os eleitores e ganhar votos. Hoje, lamentavelmente, vemos pastores utilizando rádios, TVs e púlpitos, apontando caminhos, fazendo forte pressão e empurrando o seu rebanho para o colo de “iluminados” e “ungidos”, que, se eleitos, abençoarão ricamente suas vidas.
Vejo tantos líderes evangélicos envolvidos nisso, com o firme desejo de passar a ideia de que suas ovelhas são submissas e dóceis, e que vão caminhando em fila em obediência cega às suas orientações políticas. Assim, demonstram claramente que não vêm suas igrejas como rebanho, mas sim como uma manada de burros. Pois só crentes estúpidos, ou totalmente alheios aos meandros e às mazelas políticas, se deixam levar pelo “voto de cajado”. Pastor que usa o púlpito, ou sua influência, para tentar impor candidato político não respeita você nem a igreja de Cristo.
Quando se trata de exposição das Escrituras, se o pastor for estudioso da Bíblia, consagrado e submisso a Deus, pode ser que ele tenha autoridade espiritual para anunciar a vontade do Senhor ao Seu povo. E, mesmo assim, a igreja deve examinar a Bíblia para ver se, de fato, é isso mesmo (At 17.11). Mas quando o que o move é política, o seu pastor tem tanta autoridade quanto qualquer outro crente. Ele estará indicando um candidato em nome de quem? E a troco de quê?
Além disso, uma das doutrinas mais caras ao Novo Testamento é a do “sacerdócio universal de todos os crentes”(1Pe 2.9). Era no Antigo Testamento que o Senhor só contava a Sua vontade para certos líderes religiosos hebreus. A partir do sacrifício perfeito de Jesus, o véu do templo se rasgou, e com ele as barreiras que limitavam o acesso a Deus se foram. Hoje, por meio de Jesus Cristo, todos aqueles que já são lavados pelo Seu sangue, e tiveram seus pecados perdoados, têm livre acesso ao Trono da Graça. Assim, não seguimos a gurus, pois o crente simples chega a Deus como qualquer pastor (bispo ou apóstolo).
Mesmo que seu pastor indique, simpatize, aconselhe, aposte, abrace ou precise da competência de algum candidato, isso é problema dele, não seu. Vote segundo a sua consciência. Ore, pedindo a Deus sabedoria para votar. E, mesmo que você divirja politicamente dele, vote sem qualquer drama interior.
Portanto, ainda que tenha grande apreço por seu pastor, se ele se transformar em cabo eleitoral, não o obedeça cegamente. Lembre-se: o voto é um exercício de soberania. Ele não está à venda, e não pode ser produto de negociações manipuladoras. “Voto de cajado” é algo odioso e precisa ser denunciado. A igreja de Jesus Cristo não pode ser identificada com nenhum partido político. O púlpito não deve ser usado como plataforma política de candidato algum.
No dia 7 de outubro vote naquele que considerar o melhor para a sua cidade, e respeite quem divergir da sua opinião. Lembre-se: você não é burro. É ovelha de Cristo.
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