terça-feira, 30 de outubro de 2012
O Deus que nos dá Segurança
Meu avô materno morreu aos 36 anos, de insuficiência cardíaca. Vovó, apanhada de surpresa, tomou uma decisão muito difícil: como não tinha condições de criar os quatro filhos pequenos, distribui-os entre famílias amigas.
A minha mãe, com oito anos, foi amparada pela família Coimbra. O Sr. Coimbra era dono do bar da estação de trem de Muqui, ES, e diácono da Igreja Batista. De repente, aquela criança se viu sozinha, longe dos irmãos, e sem pai nem mãe. O que seria dela? Quem tomaria conta da sua vida? Como seria o seu futuro? Naqueles dias encontrou na Bíblia um versículo que foi seu texto áureo por toda a vida: “Porque, quando meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me acolherá” (Sl 127.10). Aquela triste condição fez nascer duas coisas em mamãe: uma profunda dependência de Deus e um apego muito grande à igreja.
Deus era o Pai que ela tinha. Era o amparo que a acolhia. Era pra quem corria quando sentia medo. Deus era o amigo com quem abria seu coração, expunha seus sonhos e anseios. Deus era alguém que podia ir quando queria chorar. Os anos passaram, e Deus lhe deu uma família com cinco filhos. Cresci vendo essa marca na sua vida: Deus lhe era um Pai vivo, com quem mantinha um relacionamento íntimo e amoroso. Enquanto viveu, ela nos passou isso: o mundo se refugia em castelos, em dinheiro, e em portas de ferro. O crente se refugia no seu Pai Celestial. Deus é um lugar de confiança para estar. Tudo em redor pode está se desfazendo, mas a nossa confiança está no Senhor. E possível ter segurança, não porque os problemas são poucos, mas porque Deus está no meio de nós. Deus está conosco.
Em 1976, houve um dia atípico no Rio de Janeiro. De repente, uma grande tempestade se armou sobre a cidade. Eu estudava numa escola técnica no bairro do Riachuelo, e às 14 horas já estava tudo escuro, como se fosse noite. A forte ventania deixava todos apreensivos. Em Campo Grande, zona oeste o Rio, a situação não era diferente. Numa escola primária, as professoras encontravam dificuldade para manter a calma das crianças nas salas de aula. Muitas, apavoradas com o barulho dos relâmpagos e da chuva de granizo, começaram a chorar. Foi então que a direção resolveu levá-las para o auditório, onde as professoras teriam mais facilidade em controlá-las. Ali, no auditório, de repente, as crianças do orfanato batista começaram a cantar: “Já não estou sozinho, agora sou feliz, com Cristo em meu coração. Ele é meu grande amigo, não temo o perigo, com Cristo no meu coração”. Aquela música encheu o recinto de paz, e trouxe sossego e confiança àquelas crianças. Do lado de fora da escola havia tempestade, do lado de dentro havia medo e ansiedade, mas dentro do coração daqueles meninos órfãos havia um Deus forte e poderoso, capaz de dar segurança aos seus corações no dia do temor.
Podemos enfrentar as situações mais difíceis e temerosas quando o Deus revelado na pessoa de Jesus Cristo está dentro de nós. Se Ele está conosco, temos segurança.
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